Estudar o sionismo significa penetrar num mundo complexo e demente, onde a realidade é continuamente alterada e deturpada.
A mentira, a ocultação dos factos e as meias-verdades são o cimento em que, desde que foi criada, assenta esta doutrina. E quando alguém tenta apresentar, relatar, esclarecer ou investigar a verdade, o argumento e defesa sionista é invariavelmente a violência e a agressividade verbal, intelectual, moral ou física.
Um caso preocupante de alteração dos factos é o que está a ocorrer com a edição de temas relacionados com Israel, sionismo e o conflito árabe-israelita na Wikipédia.
A Wikipédia é uma enciclopédia online, livre e colaborativa, ou seja, escrita por qualquer pessoa, de diversas regiões do mundo, todas elas voluntárias. Actualmente é uma das fontes de informações mais consultadas no mundo.
Agentes do Mossad - Serviços secretos israelitas e adeptos do sionismo têm vindo a alterar uma grande quantidade de artigos, no sentido de apresentar uma história de Israel completamente falsa. Muitos grupos actuam de forma organizada e sistemática, modificando os artigos e não permitindo qualquer alteração dos seus “factos”. Perante os olhos, e por vezes impotência de todos, os agentes do sionismo estão a reescrever a História.
A maior parte dos artigos da Wikipedia não são objecto de discussão. Os piores e menos neutros artigos são os referentes ao movimento sionista redigidos em português e em castelhano.
A actuação dos editores está a ser coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores Israelita, que organiza abertamente campanhas de voluntários em todo o mundo para melhorar a imagem do Estado de Israel em Internet.
Para comprovar como é tendenciosa a informação sobre Palestina, basta com ler o artigo dedicado a Rachel Corrie, activista norte-americana assassinada pelo exército israelita ao tentar evitar a demolição de uma vivenda palestiniana. De facto, é isso que consta do artigo escrito em inglês mas, se consultamos a página em castelhano, apresentam o seu assassinato como uma morte justificada e a resistência pacífica como uma acção de cumplicidade com o terrorismo.
Exemplos como este existem milhares na Wikipédia. Outro exemplo escandaloso é o artigo sobre Vladimir Jabotinsky, o tristemente célebre “Zeev” Jabotinsky, criador do movimento sionista revisionista e do grupo Beter, milícias juvenis que vestiam camisas pardas, como os Comandos de Assalto nazis (SA) e organizadas ao estilo dos “squadristi” fascistas. Mussolini considerava-o um dos seus e o chamava de “cidadão fascista”. Ben Gurion, fundador do estado judeu em 1948 comparou-o com o Führer e apelidou-o de “Vladimir Hitler”. Na edição portuguesa sobre este sinistro personagem, autor de “A Muralha de Ferro”, a bíblia do sionismo racista e violento, e condenado pelo Império Britânico por assassinato de palestinianos, é apresentado como um filósofo, poeta e estadista de elevada moral, e o movimento que fundou, o sionismo-revisionista, como sendo um “movimento liberal baseado nos preceitos democráticos ingleses”.
Alarmante também o artigo da edição portuguesa sobre a resolução 3379 da Assembleia Geral das Nações Unidas em que o sionismo foi comparado com o racismo em geral e o apartheid sul-africano em particular. O artigo praticamente não faz referência à resolução, misturando abundantes referências a posições políticas do ex-ditador do Uganda Idi Amin, sem qualquer relação com o tema em questão…
Mas não é só na Wikipédia que a intervenção sionista se faz notar. Em qualquer site anti-sionista, especialmente se for norte-americano, o bombardeio de comentários em defesa de Israel é constante.
Durante o feroz ataque militar contra Gaza em 2008 e 2009, a comunidade internacional, horrorizada, viu como as Forças Armadas Israelitas matavam mais de 1.400 palestinianos, a maioria civis, encurralados e sem sitio para se esconderem. Foi então que Israel acelerou a sua Hasbará (propaganda). O Ministério do Exterior israelita criou uma “equipa de guerra em Internet”, com parte do seu orçamento anual. Mais de 150.000 dólares foram destinados às etapas iniciais desta ofensiva propagandista levada a cabo pelos departamentos de relações públicas do governo, e também por organizações e grupos privados.
Missão: contrariar a publicidade negativa nos meios de comunicação. A equipa especial integrava universitários e ex-soldados com fluidez em vários idiomas e usuários especialistas em Internet. Foram pagos para navegar na net e difundir opiniões positivas de Israel.
Ilan Shturman, sub-director do Ministério de Relações Exteriores israelita, disse numa entrevista à revista de negócios Calcalist, em 2009, que essa equipa trabalharia de forma encoberta. “Durante a Operação Chumbo Fundido (contra Gaza), apelámos à ajuda das comunidades judaicas no exterior, recrutarmos milhares de voluntários que se juntaram aos existentes em Israel”, explicou. “Demos-lhes um pouco do contexto e materiais sobre a Hasbará (propaganda), e encarregámo-los de representar os pontos de vista israelitas nos sítios da web e nas sondagens de Internet”, acrescentou.
Estes activistas trabalharam em cooperação com a iniciativa “Dê a Israel um apoio unido”, que oferecia aos voluntários um programa informático chamado Megaphone. 50.000 activistas usavam o programa, que enviava um alerta cada vez que um artigo crítico de Israel era publicado na internet.
Sem comentários:
Enviar um comentário